Um passo pra frente e dois para trás

De longe eu vejo um Brasil se movimentando, saindo às ruas e pedindo mudança.
Pessoas saindo de casa ou indo pra janela depois de anos só reclamando em 140 caracteres.
E, de longe, eu sinto de não estar por perto, de ver isso acontecer, seja por egoísmo (imagino a quantidade de fotos que eu poderia tirar desse momento) e por outro lado por orgulho de ver algo assim acontecendo com o país que muitas vezes não quis voltar por ser assim tão difícil de viver.
E aí, quando todo aquele orgulho e horas explicando para os colegas irlandeses o que está acontecendo você lê que o infame Marco Feliciano consegue mover o absurdo projeto onde psicólogos são autorizados a  promover a “cura” da  homossexualidade. Sim, você leu certo.
O projeto ainda precisa passar  por outras comissões, a da Casa: Seguridade Social e Constituição e Justiça. Se aprovada ela vai para o plenário da Câmara.
Nossa, Lívia, mas ainda não foi aprovada, pára de chilique. Não, não paro. E não, não é chilique.
No momento histórico que nos encontramos ver algo assim, ainda mais nessas últimas semanas que foram repletas de passos pra frente na nossa já usual história repleta de retrocessos em relação aos direitos humanos ver isso é desanimador.

O grande lema desse movimento tem sido “O gigante acordou”, mas eu te pergunto, quando a gente vai acordar? Quando a gente vai parar de dar um passo pra frente e logo depois dois para trás? Como a gente pode viver em um país onde passeatas por passe livre convivem lado a lado nas chamadas dos jornais com “curas para homossexualidade” como um país tão rico e belo pode ser tão pobre de espírito? Tão paradoxo? Eu não entendo.
Em um país onde se pretende curar algo inato, quando vamos aprender a curar nossa esquizofrenia social? Isso sim deveria ser a receita do dia.

São Paulo II

Nosso amor é à distância.

Aprendi a sentir menos sua falta, procurar saber menos de como você anda, com quem anda.

Decidi que era melhor nos afastarmos. Você, na separação, ficou com todos os nossos amigos e eu entendi.

Nos vimos, brevemente, há quase um ano atrás e você não mudou nada. Continua linda, confusa e vibrante.

Te senti arisca, como se aquele conforto, aquela sensação de se pertencer, não nos pertencesse mais e foi difícil aceitar que a gente não era mais tudo isso, de que você superou e eu também.

Hoje é seu dia, os holofotes estão virados pra você e eu continuo te achando linda, apesar de não saber quando a gente vai se entender daquele jeito de novo e não posso deixar de te dizer o quanto você ainda é parte de mim e com certeza de muita gente, São Paulo.

Te adoro de longe, pelo jeito pra sempre.

Todos somos dois

A gente sempre nasce dois.

Um em constante batalha com o outro.

De um lado aquele que sabe o que é seguro, o que é o caminho iluminado, seguro.

O outro, curioso e destemido, te empurra e te desafia a andar no meio fio.

 

Nada tem a ver com razão ou loucura, tem a ver com ninguém ser um só.

Mesmo sendo unidade és ainda sim, pluralidade.

Isso não é fácil, admita, mas inevitável, reflita.

Ande entre o seguro, dentro de casa entre cobertas à querer sair correndo, sem destino.

Nenhuma opção parece a certa, definitivamente não há mesmo uma resposta

 

Enquanto um lado empurra e o outro segura

Acaba ficando no mesmo lugar

Olhando pros dois lado, tão opostos, mas que te deixam estático

E no final, dois caminhos acabam não levando à lugar nenhum

Se você não decidir quem você quer ser

Nem que só por hoje

 

 

 

Ele não esquece

Ele não esquece.
Permanece no fundo, em um lugar labirinto, dentro de si, tudo que viveram.
Ele não esquece.
A cada impressão em filme, digital, ele revive. Respira fundo.
Ele não consegue esquecer.
Meios caracteres em formas codificadas, indiretas ,mas, diretamente ligadas à algo que ficou grudado em alguma parte dele.
As vezes é difícil de esquecer.
Quando as direções se tornam opostas e o caminho não mais cruza com o do outro é dificil retomar o prumo, persistir no rumo certo. E ele se perde.
Ele não consegue esquecer. Nem se achar.
Fez da vida uma eterna construção de uma bússula que ainda sofre para achar o norte,  cheia de caminhos tortuosos , ah tão mais fácieis.

Quando uma imagem vale por todas as palavras

Um dia, sem querer, a gente descobre algo que nos faz feliz, de um jeito que ainda não tínhamos experimentado e quando isso acontece a sensação é impagável.

Desde criança nunca tive mutio talento nas coisas óbvias, ainda não sem andar de bicicleta e um trauma de infância (que acho que já contei aqui) me impede de nadar. Nunca fui boa de bola, com ela nas mãos ou nos pés, aliás estes que nunca foram lá talentosos pra dançar também.

Quando decidi sair do país levei comigo na mala algo que virou paixão, não sei se eterna, mas com certeza verdadeira. Comprei de um cara suspeito minha primeira câmera. Uma semi-profissional bonitinha, cheia de promessas e cartão de memória vazio.

No começo, ela era “fácinha”, qualquer esquina ela tava lá, oferecendo um flash. Com o tempo, no entanto, ela foi ficando seletiva, apurada, assim como quem apertava o disparador.

Depois de muito lutar contra a minha total inaptidão para os talentos possíveis ao homem eu decidi me render, abraçar as lentes e tentar botar um pouco de mim em cada foto.

Troquei a câmera por uma mais imponente, graúda, e assim aceitei que as vezes (cada vez mais frequentes desde que saí do Brasil) que as palavras me faltavam eu não estava muda por que finalmente entendi que uma imagem sim pode dizer mais do que caracteres dispersos em textos por aí.

Por que tem dias que tudo está preto e branco, mas tem dias que você quer é cor e brilho, exposição nas alturas. Tem dias que só filtrando pra amenizar os contrastes da nossa própria vida.

Eu finalmente descobri que não é só em cada verso que tem um pedaço de mim, mas em cada pixel também.

Meu flickr, ainda em fase de construção, caso alguém se interesse: http://flickr.com/photos/liviafigueiredo

Love Can Not Be Poked

I never quite get why all this desperation of those who are alone, the need to be with someone just because, loving just for the sake of it.Then I met this person and I understood everything.

It’s not my place to judge but knowing him made me think more about why everyone needs to be a two to be complete or why we more often believe in that.

This person self-proclaimed himself as intense, in a soul-searching quest for true love, but does it with the quickness of a McDonald’s drive thru on a saturday night.

Do we need to love / dating / make love vows to everyone that goes into our lives? This is truly passion or is just being foolish? I don’t know why this person bothers me so much, maybe because I’m skeptical about everything that’s too extreme.

I think if you cry out loud and clear about everything that you feel all the time maybe all that you feel are just sparks and not burning flames as you would wish and that hurts the ego.(Or maybe the telling of “crying wolf”really got me when I was a kid, who knows?)

It hurts because deep down everyone wants to be special, complicated, intense, interesting and deep, but most are just spoiled, confused, exaggerated and nobody wants to be futile, right?

I’ve been noticing that much of what we show relationship wise is only a reflection of the mirror that someone holds in front of us, we just show what we think the others wants to see and that is sad.When loving someone became just a statement that our lives are going right on track, that isn’t the wrong way see love? When we began to love someone just to be loved and accepted by others?

To the person who inspired me to do this text I just wish that he could understand, once and for all, that intensity is not as we see in the indie films, being intense not guarantees  you an intense life, often only makes you intensely empty.

Let’s just try to live without trying so hard to prove ourselves to the world every three seconds, just taking things at their time is a valid way (and sensational one) to live, especially when it comes to love. Love can not be rush it, imposed or faked it, has to take the time to be what it can be.

We live in a society addicted to relationships, everything is social now but no one knows how to truly have a relationship with someone. We added people like pictures on a wall: they are beautiful to look as a collection, as a resume of our emotional achievements but there is no real meaningful exchange involved. We are addicted to social relationships, more friends, lovers and less and less significance is added and where is the love among all this?

The so-called love today is in tweets full of passionate emoticons because words are overrated.We can wait for  words because everything is so quick, even when needs time to grow as love. I believe in stages, in process, in time. But time doesn’t belong to the future, time is not only money as used to be, time is rare and our generation needs it now. We are now, we want it all a second ago.

We need to feel complete, happy, fulfilled and most of all loved. No matter if that is real, real is not now and that’s what it maters.

Sorry, but I don’t love like that, I need reality, I need words, time and I guess that we can’t poke it and have it all, can we?

O peso de ser feia

Ser feia muitas vezes não é uma opção. Há, no universo feminino, diversos truques, remédios, maquiagens, cintas, sapatos, tudo com o objetivo de te deixar mais bonita, mas ser feia é mesmo uma condição. Desculpe se você é bonita, mas esse texto não é pra você. Esse texto também não é pra você se você vier com comentários “mas e a beleza interior?”, o que esse texto veio dizer não tem nada a ver com isso.

Dias atrás eu me peguei pensando que ser feia é muito mais difícil do que ser bonita. Claro que há sempre uma expectativa maior, vinda com julgamentos maiores quando se trata dos bonitos, mas os feios sempre vivem por dois. Por ele e por o que olha pra ele.

Feios não podem ser mau humorados, desinteressantes, superficiais, preguiçosos. Esses direitos se reservam aos bonitos. Se uma menina feia acordou de mau humor ela está condenada ao canto social  até ela decidir sorrir de novo, já uma pessoa bonita está tendo um mau dia.

Quando eu comecei a crescer e querer atrair aqueles que me atraiam eu me peguei em um dilema: eu não era bonita e não conhecia nenhuma fada madrinha que me transformasse na menina mais bonita da escola, vendo meu desespero em plena puberdade minha mãe plantou a semente do que viria a ser esse texto hoje: filha, mas você é tão legal, engraçada, isso vale mais e quem te merece vai perceber isso. (Mesma mãe que justificou minha fora de forma com ossos largos, rs) e no que isso resultou? Eu aprendi a ser eu pros outros e é por isso que o feio vive por dois.

Quantas vezes eu não ouvi que fulana era super legal, mas não era bonita. Quando ter um rosto assimétrico é digno de nota quando você está falando do seu novo amigo de trabalho?Por que a gente não consegue deixar o feio, o bonito e o simpático serem apenas informações como ele também sabe tocar violão? Sabem porque?  Por que no fundo a gente vive é pra se comer.

Sei que isso parece reducionista ou até mesmo óbvio, mas o que move a gente é o que nos atrai ou não e não sou eu que vou mudar o jeito que a sociedade vive, pelo menos não hoje. O que eu comecei querendo dizer, mas nem sei se isso vai se concretizar até o fim desse texto, é que ser feio é um peso (as vezes literal).

Se você, assim como eu, já se pegou se esforçando mais que o colega ao lado, para mostrar o quanto interessante você é apesar de não ser galã, amigo, você é feio. E, por mais que eu gostaria de te dizer que num futuro próximo as pessoas irão desenvolver a habilidade de apenas se atraírem pela sua personalidade, eu não acredito que isso irá acontecer, mas o que eu posso te dizer é: você tem total direito de não ser interessante.

Eu não espero por dias mais puros, honestos em que as pessoas sejam menos superficiais, eu só me reservo no direito de a partir de agora não ter que ser interessante, engraçada, espirituosa só por que meu peito não é do tamanho de uma atriz pornô ou por que eu não visto 36.  Me reservo no direito e convido aos demais à entenderem que o peso de ser feio, de viver pelas expectativas alheias é algo que não é nosso, mas que está aí, mas isso não quer dizer que precisamos carregar.

Ser feio, ou melhor, não ser bonito é sim uma condição, mas não necessariamente a direção que sua vida precisa seguir. Viver através dos espelhos dos outros é pra contos de fadas delusionais e nós vivemos da realidade. Seja sim um feio mau humorado, vazio, que não sabe dirigir ou nem mesmo ouviu aquela banda super cool, se permita ser desinteressante só pelo seu próprio prazer, é demais.

Cutucando a ferida: por que curtir a vida anda tão difícil?

Quem mora em São Paulo brada em alto e bom som: Não existe amor em São Paulo.

Eu tenho uma suspeita que não há amor em muitos lugares no planeta, mas o que a gente faz com isso?

O objetivo aqui não é achar o amor ou nem mesmo entender por que ele é figura rara no álbum de muita gente, mas começar a entender o por que os que não estão solteiros insistem em dizer: “uma hora sua vez chega” ou aquele irritante “quando você menos esperar o amor acontece”. (Vide esse vídeo: http://youtu.be/A-O6yHHoHSg )

As vezes tenho a impressão de que solteiros e “casados” (coloco aqui em aspas por que não precisa necessariamente ser casado pra ser assim, é só estar em um relacionamento) muitas vezes são times rivais em uma eterna partida amistosa.

Tenho a sensação de que um tenta defender sua posição, marcando pontos a cada jantar de família ou boteco depois do trabalho, e por mais que eles marquem um ponto a partida nunca termina. Sempre terá mais um ponto positivo ou negativo de ambos os lados, mas haverá sempre a eterna busca pela vitória.

Quem nunca teve aquela amiga encalhada há anos que começa a namorar e em duas semanas dá workshop de relacionamentos a cada happy hour? Ou ainda aquele amigo que só pega depois das 3 da manhã (o famoso efeito das 3 da manhã na balada onde todo mundo fica atraente) e diz que a vida de solteiro é um eterno buffet cheio de opções para se deliciar?

Eu já namorei, casei, descasei, tive flerte, encalhei, amei e recebi pé na bunda e se você tivesse me perguntasse pra qual desses times eu torceria eu te responderia: posso ser só a tia do dog? Posso não ter que escolher?  (fato real: já vendi hot dog em jogo de futebol).

O fato é que ser solteiro ou não, ter o amor da sua vida ou a próxima transa não define o que você é. Você não é namorado(a) de fulano ou a pessoa que vai sozinha no cinema, você é (ou pelo menos deveria ser) mais que isso.

Em tempos que status do facebook é o que definem o quanto você está ou não feliz no seu relacionamento, quantidades de cutucadas aumentam ou destroem sua auto-estima é muito fácil se deixar levar pelo que os outros esperam de você.

Não querendo soar auto-ajuda (let’s face it, esse blog super é auto-ajuda, abraçem logo essa idéia e dêem play na playlist ~feelings~), mas se a gente se deixa levar de verdade pelo que os outros esperam da gente algo tá muito errado.

Eu estou numa fase que ando culpando as redes sociais por boa parte da desritmia que a nossa geração sente quando se trata de se sentir feliz, realizada, de como a gente anda se vendo. Vivemos em um tempo onde o mais é sempre melhor.

Mais seguidores, mais cutucadas, mais page views, mais “curtir”, mais e mais e, mesmo sendo cafona que o que eu vá dizer agora, o que acabamos sentindo é sempre a sensação de que temos menos do que queríamos, frustrados e soterrados pelas altas expectativas que criamos diarimente para nós mesmos a cada atualizar do seu perfil online.

Amor próprio, auto-realizção e paz de espírito não são mensuráveis no Google Trends e por mais que você tente, compartilhar sua vida no mural dos seus amigos não é mostrar ao mundo como você é.

Em tempos onde o poder nerd e a internet direcionam a maneira como a gente ama ou não, muitas vezes é melhor ficar offline e curtir o que um cabo usb não pode te proporcionar ou pelo menos não achar que um status realmente define o que você é ou deixa de ser, lembre-se: todos mentem na internet, inclusive eu.

Fortes

Ele estava cercado, preso, sem saída nele mesmo.
Suas roupas pelo chão, pilhas e pilhas dele se acumulando como muros, ou melhor, fortes que ele construia para impedir que a vida o atingisse.
Mal sentia quando as coisas aconteciam, num estado de entorpecência ele não sabia se ainda respirava, mas mesmo assim ele, de alguma maneira, continuava vivo.
Quando um relapso acontecia e ele espiava a vida que existia ao seu redor ele se contorcia, cansado de algo.
Seu torpor era a maneira pela qual ele ainda se mantinha vivo, o descaso o mantinha vivo por que morrer era complicado demais.
Ai veio a dor.
E com ela a entorpecência cedeu lugar para o sentir.
E a dor o tomou, um membro de cada vez, percorreu seu corpo, se fez presente em forma de sofrimento.
Embaixo da água quente daquele seu chuveiro modesto no seu pútrido apartamento ele sentiu.
Água escorrendo pelo seu pescoço aliviando aquela pressão contínua, pulsante. Seus ombros se curvaram desejando sentir o mesmo.
Seu peito, costas, coxas, membro se faziam presente, de alguma maneira alertas pela primeira vez em anos, acolhidos pelo misto de dor e alívio que o tomavam.
E ele chorou não pela dor, mas pela própria essência de sentir.

Europa x Brasil

O fato é que eu relutei pra escrever sobre os homens europeus, ainda mais sabendo que um dia eu vou ter que voltar pro Brasil e esse texto pode vir me assombrar, mas eu precisava também relatar o que tem sido essa viagem.
Quando me mudei pra Irlanda no meio do ano passado, todos os meus amigos sonhavam que eu fosse encontrar aqui um grande amor, outros, mais realistas, só queriam que eu provasse todos os sabores do cardápio europeu, mas na minha cabeça eu não tava esperando nada nesse departamento, talvez uma viagem pelo buffet, admito, mas não estava preparada para o que aconteceu.
Depois de sete meses aqui eu comecei a constatar uma triste realidade: eu não sinto falta do tipico homem brasileiro.
Eu sinto falta de poder flertar na minha lingua nativa, por que esse hobby faz falta, mas não sinto falta dos jogos.
O que acontece é que eu aprendi a apreciar no homem europeu a qualidade presente na maioria deles: objetividade.
Os irlandeses, em geral, são extremamente tímidos, reservados, mas o lado bom é que eles são realmente objetivos quando gostam de alguém.
Aprendi na Irlanda que ser tratada como adulta, ser inteligente que sou, é muito, mas muito sexy. Nunca fui tão respeitada (até mesmo pelos que não deram certo) e apreciada. Mulher independente, que pensa e tem opinião é melhor que bunda. (Claro que corpo de latina tá me ajudando, não vamos mentir).
Recentemente tive uma visão do que seria se eu voltasse pro Brasil de vez e não sei como explicar o medo que eu senti,o medo de, de novo, me envolver com pessoas que tem prioridades que fogem muito ao meu ideal de relacionamento, aquela insegurança que o jogo traz.
Conversando com um irlandês chegamos a conclusão de que talvez os brasileiros gostam tanto de futebol que esse amor pelo jogo contagiou a nossa maneira de ver a vida. É sempre uma corrida atrás do gol, e depois que você comemora você corre atrás de marcar mais um (com outro alguém).
Tudo é conquista, tudo é um jogo. Se eu concordo plenamente com isso eu não sei ainda, mas que soa crível eu não posso discordar.
Cada dia mais eu fico pensando que essa maneira de jogar e não viver é um dos motivos pelo qual as vezes é tão dificil fazer dar certo, e eu precisei mudar de continente pra entender.
A gente anda tão focado em ser craque, de ser o campeão que a gente tá perdendo o campeonato, se é que vocês me entendem. (Analogias esportivas, eu to tentando, aguentem mais um pouquinho).
Claro que eu sinto falta de certos aspectos do homem brasileiro, mas ser caloroso por 5 dias ou ser honesto pra uma vida inteira como os europeus, realmente não tem comparação.
Acredito, de verdade, que não há como generalizar. Já conheci (e amei) brasileiros incríveis e tive minha porção de babacas na Irlanda. Talvez eu só esteja meio deslumbrada com o que ando vivendo ou talvez tenha um fundo de verdade.
Eu só sei que estou torcendo pra rolar uma prorrogação e descobrir por mim mesma quem ganha.